Contagiarte

Contagiarte
Click to Enlarge Picture
 
HorárioIcon Horário Diurno: de segundo a sexta aberto a partir das 16 horas. À segunda-feira encerra as 20 horas. Horário nocturno: de terça a sabado das 22h às 02h30.
TelefoneIcon Telefone 222000682
E-mailIcon E-mail mail icon contagiarte@contagiarte.pt
SiteIcon Site Site 
FumadoresIcon Fumadores Com Zona de Fumadores
 
MoradaIcon Morada Rua Alvares Cabral, 372 (à esquerda de quem desce da Pç. da República, junto à sede do Salgueiros).
LocalidadeIcon Localidade Porto
Tipo de MúsicaIcon Tipo de Música Variada
Consumo minimoIcon Consumo minimo Depende dos dias
 
DescricaoIcon Descricao Contagiarte (EX-Gratislab) é o número 372 da Rua Álvares Cabral. Este novo espaço tem funções acumulativas com a nova sede da Acaro - Associação Artí­stica de Artes Organizadoras e de Laboratório de pesquisa, investigação e experimentação artí­­sticas, aberto às estruturas de criação da cidade. Usufrua do simpático jardim ou do café concerto para ler/estudar/trabalhar/lanchar. Leve o seu computador pessoal portátil e usufrua da rede sem fios gratuita a partir das 16 horas!


 
Duzentos anos apôs ter adquirido a forma de casa senhorial, e já depois de ter assumido os contornos académicos de república de estudantes, os traços cicatrizados do edifício que ostenta o número 372 da descomplexada Rua Alvares Cabral, no Porto, inscreve “Contagiarte” na fachada. Com a arte enquanto “leit motiv”, por aqui coabitam as mais diversas linguagens, com ou sem forma física: a invisibilidade dos sons varre os 900 metros quadrados interiores do espaço, seja sob as urbano-depressivas pautas intuitivas de uns Joy Division, através das pinceladas góticas do “rock” charmoso de um Nick Cave ou no revivalismo estático-sonoro de uns BMRC; os quatro pisos – cave, rés-do-chão, primeiro e segundo andares, rematados pelo idílio aconchegante de um pequeno jardim – espreitam rastas compridas sobre o descuido detalhado de roupas largas ou pelos despidos a abraçar uma camisa da moda, num eclectismo que aceita camisolas com o camuflado pouco discreto dos trajes militares; ao passo que o piso zero aceita a confraternização como pretexto para saborear o amarelo fresco de uma Super Bock, o andar de cima vislumbra os exercícios de arte contemporânea oferecidos pela empenho delicado de uma artista nocturna, entregue voluntariamente a uma sala de ensaio vazia. E tudo ocorre em simultâneo. Ponto fundamental: o “Contagiarte” não é um bar. “Diria que a maior dificuldade que temos passa por fazer perceber a natureza da motivação que nos une, que algumas pessoas não entendem ao certo: isto não é um bar, é uma associação”, define Maria José Fernandes, relações públicas do Contagiarte e parte activa da ACARO (Associação Cultural de Artes Organizadas), entidade responsável pelo espaço. “Um bar tem fins lucrativos, nós não. O apoio à arte é a nossa missão: o ‘copo’ é necessário para sobreviver, para apostar nas actividades que desenvolvemos e proporcionar melhores condições aos artistas, mas não nos sustentamos no conceito ‘bar’”, precisa. A explicação desponta a curiosidade da interrogação e apela à descrição das actividades alimentadas pelo copo, na extensão compreendida entre as segundas a sábados em que a vida percorre a privacidade do espaço – os primeiros instantes pronunciaram-se em Outubro de 2003 –, a uma média de oito mil pessoas por mês. “Teatro, artes-plásticas, música, dança, novas tecnologias e ‘workshops’ fazem parte de nós com frequência”, responde. O perfil do espaço recorre-se de fragmentos. “A ideia é ter uma opção diferente por cada piso”, diz Maria José Fernandes. O cruzamento de propostas, que se estende a todos os dias, sobe ao primeiro andar: uma sexta-feira pode assegurar um espectáculo de dança celta, compassado pela indispensável “live performance” musical, e um sábado pode trazer uma actuação teatral. À tarde, quem sabe, um “workshop” literário entretêm os primeiros sons do dia. Há uma outra forma de passar pelo Contagiarte: observar e descrever sem o desafogo do ponto final, porque as histórias paralelas passam sem complacência temporal. Assistir ao congestionamento progressivo do piso zero, com os finos saídos da pressão prontos a tornear mais um milímetro de barrigas dançantes, ver o amarelo avermelhado pintar de quente as paredes, seguir os desenhos volumosos a sair do tecto e ouvir as tábuas do chão antigo a gemer mecanicamente. Já com ponto final, o serpenteado quadrado das escadas antigas, que dão acesso aos andares superiores, guia o “voyeur” rumo à proximidade artística: um sofá gasto marca o fim de cada lanço e um tronco ostenta negligentemente um braço metálico, no que se descobre ser um cinzeiro suspenso e não um candeeiro.